sábado, 20 de março de 2010

HaiKai 02100318 - Chuvas de Março





as chuvas de março

vem regando flores secas

acordando frutos


Por Edson Borges Vicente
http://recantodasletras.uol.com.br/haikais/2148401

OS MOVIMENTOS DA SOCIEDADE COMTEMPORÂNEA

SÉRIE PENSANDO - CIÊNCIA - GEOGRAFIA

*Edson Borges

Bacharel e Licenciado em Geografia pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Professor da Rede Estadual do RJ
Professor e Coordenador do PVNC Cabuçu

3ª DO PLURAL
"Corrida pra vender cigarro - Cigarro pra vender remédio
Remédio pra curar a tosse - Tossir, cuspir, jogar pra fora
Corrida pra vender os carros - Pneu, cerveja e gasolina
cabeça pra usar boné - E professar a fé de quem patrocina
 Eles querem te vender - Eles querem te comprar
Querem te matar (de rir) - Querem te fazer chorar
Quem são eles? Quem eles pensam que são?
 Corrida contra o relógio - Silicone contra a gravidade
Dedo no gatilho, velocidade - Quem mente antes diz a verdade
Satisfação garantida - Obsolescência programada
Eles ganham a corrida - Antes mesmo da largada
 Eles querem te vender - Eles querem te comprar
Querem te matar (a sede) - Eles querem te sedar
 Quem são eles? Quem eles pensam que são?
Vender... comprar... vedar os olhos - Jogar a rede... contra a parede
Querem te deixar com sede - Não querem te deixar pensar
Quem são eles? Quem eles pensam que são?"
Engenheiros do Hawaii (grifo nosso)

            Segundo Santos “tudo neste mundo é regido pela lei do movimento” (1986, p. 26). Vivemos em um mundo em movimento. Para entendermos essa dinâmica é preciso uma reflexão que ultrapasse a visão reducionista e pragmática, uma visão que leve em conta as entrepernas da totalidade, totalidade essa vista como um “realidade fugaz, que está sempre se desfazendo para voltar a se fazer” (op cit p. 94) e “só o estudo da história dos modos de produção e das formações sociais nos permitirá reconhecer o valor real de cada coisa no interior da totalidade (p. 26).

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Resenha do texto: A América Latina e a comercialização da Educação de Juçara Dutra Vieira

SÉRIE PENSANDO - CIÊNCIA - EDUCAÇÃO
Edson Borges Vicente[1]

            Gaúcha, de formação em Literatura, militante de esquerda, Juçara Maria Dutra Vieira ocupou cargos na CNTE, na Internacional da Educação participando do Fórum Social Mundial e atualmente foi indicada e integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, fórum de interlocução com a sociedade brasileira, instituído pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
            O Artigo de Vieira intitulado: “A América Latina e a comercialização da Educação” aborda de maneira crítica e coerente os movimentos do sistema capitalista em prol da deterioração da educação pública, como forma de preservar a estrutura social, uma vez que, segundo Goodson a escola moderna surgiu como meio de legitimar a classe burguesa como classe social já que esta não tinha a hierarquia religiosa nem o sangue nobre. Sendo assim, a escola que hoje é considerada um direito de todos tem de arranjar mecanismos de separação dos que “podem” aprender e os que “não podem”. Poderíamos considerar que a escola é para todos mas a educação é para poucos.

RESGATANDO O JÓVEM REPORTER II - Matéria PVNC Cabuçu


Matéria sobre o PVNC Cabuçu que não foi publicada no Jóvem Reporter

PVNC Cabuçu, Realizando Sonhos – 23-03-2009 - Para o site www.jovemreporter.blogspot.com 
                                    Por Fernanda Bastos da Silva
  
Ingressar no ensino superior em uma renomada universidade pública não é mais um sonho distante ou apenas realizado por quem nasceu em berço de ouro. A cada dia, crescem as iniciativas, comunitárias ou políticas, que visam oferecer uma oportunidade aos menos favorecidos, estudantes das camadas mais pobres da sociedade. Os chamados Pré-vestibulares comunitários, sociais ou similares, surgidos a partir da década de 1990, em especial no Estado do Rio de Janeiro, já ajudaram milhares de estudantes, trabalhadores e até mesmo idosos a conquistarem esse direito de cidadão. O primeiro deles surgiu no ano de 1993 em São João de Meriti, Baixada Fluminense. O chamado Movimento Pré-vestibular para Negros e Carentes (PVNC), composto por vários núcleos em todo o Estado. De lá para cá inúmeros outros foram criados.
Em Nova Iguaçu isso não é diferente. Existem diversos núcleos de pré-vestibular comunitário além do CPV de iniciativa Municipal. Um deles é o Núcleo do PVNC que existe no Bairro Cabuçu. O chamado “PVNC Cabuçu”. Ele foi criado por ex-alunos do Pré Catedral Santo Antônio (Centro) em 1997 por Luciana Barreto (Jornalista pela PUC-RIO e Professora de Redação do Núcleo, hoje apresentadora da rede de tv “TVE Brasil”) e Flávio Médici. Ambos tinham em mente expandir o movimento e é claro proporcionar à população do seu bairro de origem uma oportunidade de conquistar seu espaço nas Universidades Públicas. O PVNC tem seu espaço virtual no sitewww.pvnccabucu.blogspot.com onde são divulgadas suas informações, seu informativo impresso (o Pré-informar) e atividades como o simulado ocorrido no dia 07 de março (fotos desta matéria) deste ano além de trabalhos realizados pelos alunos como redações.  Alguns dos responsáveis pela continuidade do projeto puderam demonstrar como o trabalho social voluntário é importante em suas vidas.
    “O PVNC ampliou meus horizontes sociais e políticos, modificou meu conceito de solidariedade, me possibilitou novas amizades e uma diversidade enorme . Permitindo-me ingressar nas Universidades Públicas.”Márcio Fontes - 29 anos Coordenador e Professor faz parte da grande família PVNC desde 2002, Já foi aprovado na  UFRRJ (Rural) para o curso de Pedagogia e na UERJ para o curso de Português e Latim. Ele disse que conheceu o “Pré” através de um professor de matemática (Marcelão, também ex-aluno e formado pela UFRRJ). Márcio encerra nossa entrevista dizendo que: “...alguns querem apenas status, não se importam de verdade com o PVNC e isso é o que nos entristece”.
     Luiz Vitória – 45 anos também Coordenador diz:“Estou no PVNC desde 2005 e costumo dizer o seguinte: Não há vitória sem sacrifício. Gosto dessa frase! Sacrifício significa abrir mão de fato das coisas que gostamos. É uma renúncia. (...) Sempre gostei da “causa social” (...) Percebi que não fazia nada por NI, pois trabalhava no Rio, então conheci o PVNC através de amigo. (...) É satisfatório demais, digo que não temos pernas, todos aqui são voluntários e temos apenas os fins de semanas e isso não é o bastante”.  Luiz cursa Direito na Universidade Gama Filho- Rio de Janeiro.    
     Pensei que seria bom falar com alguém que foi aluno, depois passou a fazer parte da coordenação e tornou-se professor do PVNC Cabuçu, permanecendo por 6 anos ininterruptos no movimento; metade da história do pré (e por incrível que pareça esse alguém é meu noivo). Edson Borges Vicente – 26 anos. Ele ingressou no PVNC em 2003 como aluno, colaborou com os procedimentos burocráticos dos vestibulares realizados por seus amigos de turma ainda no tempo em que quase nada era informatizado. Aprovado para Geografia UERJ Baixada Fluminense (FEBF) e Química (CEFETQ) ele disse que foi “convidado” a fazer parte da coordenação “obrigatoriamente”. No ano de 2004 assumiu as três funções: professor (Física e Geografia), coordenador e aluno (pois ele não desistiu de tentar novamente para o Campus Maracanã da UERJ, com o sonho de também cursar o bacharelado - além da licenciatura- em Geografia, no qual também obteve êxito). Para ele o pré-vestibular é parte de sua vida. Disse dever metade de suas conquistas aos amigos que lhe acolheram e que passaram a ser seus companheiros de luta.
“Através dele (PVNC Cabuçu)conquistei minha(s) vaga(s) na universidade; aprovação em concurso público para a Prefeitura de Paracambi; meu emprego público na Prefeitura de Nova Iguaçu (Ag. Educador da SEMASPV); desenvolvi minha profissão de professor; vi ampliar meus horizontes culturais e meu senso crítico; fui aprovado no Magistério Estadual (SEERJ), conheci grandes amigos que me ajudam até hoje e identifiquei os meus verdadeiros amigos (entre eles, Gilson Bispo) que me incentivaram a lutar e até mesmo conheci e conquistei minha noiva e futura esposa, que hoje trabalha comigo e que me deu o orgulho de também ser vencedora no vestibular (Minha noiva-jovem-repórter Fernanda Bastos) (...) Espaço de cidadania; escola; roda de amigos; trabalho e Família. Isso é o PVNC Cabuçu pra mim”. Disse ele.
            Como visto, eu também fui aluna do pré e graças a ele comecei a conquistar espaço e buscar crescimento profissional e social em várias áreas, a valorizar a luta de iniciativa popular e venci. Hoje sou graduanda em Gestão Ambiental pelo IST Paracambi da SECT-RJ/FAETEC e reconheço a grande importância do Movimento. Na coordenação busco retribuir o valor que me foi acrescentado pelos militantes e, como a primeira universitária de uma família de oito irmãos, ver a minha aprovação como a primeira de uma mudança estrutural que continua com minhas duas irmãs (Isabele e Ingrid Bastos) tornando-se alunas do PVNC Cabuçu neste ano.
Quem deseja conhecer um pouco mais do PVNC Cabuçu basta acessar o site ou ir ao C. E. Sgto Antônio Ernesto (CESAE) aos sábados e domingos para encontrar uma galera que está “correndo atrás” dos seus sonhos e que está mudando a cara de sua comunidade.
Beijos!!!

domingo, 14 de março de 2010

Meu primeiro Haicai


Noite de céu claro
Olhos abertos em mim
Penso em meu amor

Pensando Ciência - Artigos - FERROVIAS FLUMINENSES E O MEIO AMBIENTE

Debora  Melo  Canedo*
Edson Borges Vicente**
Pedro  Abreu***

     A implantação da malha ferroviária fluminense, iniciou-se em meados do séc XIX em função da conjuntura econômica e financeira que se dava na região. Tratava-se de uma economia em transição entre um sistema de produção agrária com base no trabalho escravo e uma economia cada vez mais ligada às formas capitalistas e a necessidade de ampliação da exportação.
     O trabalho antes realizado por escravos e posteriormente por tropeiros, seria agora feito de maneira mais eficiente e em maior escala pelas locomotivas; elas permitiam o escoamento de grandes quantidades de produtos que antes tinham um imenso desperdício em função das condições de transporte bastante precárias. Além do que, a rota seguida apresentava várias dificuldades por ser uma região de topografia acidentada e com pontos pantanosos, propiciando doenças.
     Através de incentivos do governo e de investimentos nacionais com a importação de maquinário inglês, fez-se possível a construção das primeiras ferrovias.

 As ferrovias e o espaço

     Após o surgimento das ferrovias fluminenses, observou-se uma mudança na ordenação espacial da região, com o redesenhamento das vias de acesso que agora tinham como função chegar às estações ferroviárias, refazendo a geografia da região. Alguns lugares tiveram grande prosperidade em detrimento de outros que por vezes ate desapareciam; Com isso, novas áreas passaram a ser exploradas enquanto outras foram entregues ao abandono.

 Ferrovias x meio ambiente

     O processo de construção das primeiras estradas de ferro, não foi acompanhado de um estudo e um plano que levasse a um melhor rendimento e menor impacto sobre o meio ambiente que atravessaria o seu caminho. A região pantanosa e com cursos pluviais atrapalhou o funcionamento das vias férreas por causa da má construção das mesmas. Aterravam-se pântanos, assoreavam-se e desviavam-se cursos de rios, impediam escoamento de águas que se acumulavam refletindo no alagamento de outras áreas. Isso causava problemas como a malária e outras doenças.
     Nunca houve preocupação por parte dos construtores das ferrovias em se preservar as áreas cortadas pelos trilhos, como mostrada por Lima e Pinheiro no trecho a seguir.
    “Os pequenos tributários e valias que a elles concorrem apresentam condições idênticas, formando com aqueles extensas bacias pantanosas entre os aterros das estradas de ferro, em cuja obra de arte nunca houve a preocupação de dar livre escoamento às águas, estrangulando-se antes em vários pontos o curso dos rios, ou os desviando do leito natural para formarem de um e de outro lado dessas linhas um deposito permanente de águas estagnadas.” (Lima e Pinheiro, 1912, p.162-163)
     A implementação da malha ferroviária fluminense teve vital importância no desenvolvimento da região e ao mesmo tempo teve graves conseqüências para a mata atlântica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REGO, Fábio Hostilio de M. A Baixada Fluminense. in: Revista de Engenharia. São Paulo. 1° volume, junho, 1911 - maio,1912.

RABELLO, Andréa Fernandes Considera C. Os caminhos de ferro da província do Rio de Janeiro: Dissertação de mestrado. Niterói: UFF, 1996.

FADEL, Simone. Relatório de qualificação: Dissertação de Mestrado. São Paulo: USP, 2004 (mimeo)


*    Bacharel em Serviço Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Ex aluna da 1ª turma de Geografia com Ênfase em Meio Ambiente da FEBF UERJ.  
 ** Bacharel e Licenciado em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Campus Maracanã. Ex aluno da 1ª Turma Geografia com Ênfase em Meio Ambiente da FEBF UERJ. Professor da Rede Estadual de Educação; professor e coordenador do PVNC Cabuçu.
*** Licenciado em Geografia na 1ª Turma Geografia com Ênfase em Meio Ambiente da FEBF UERJ. Fundador da ONG Livro de Rua.

Texto escrito em 2004 para a disciplina GeoHistoria Ambiental profª Drª Simone Fadel. 

domingo, 7 de março de 2010

PORQUE DEUS INVENTOU A MULHER?


PORQUE DEUS INVENTOU A MULHER?

Dizem que de um pedaço do homem, uma costela, Deus fez a mulher.
Creio eu não ser verdade!
E sim que no homem faltava uma parte, que não a costela,mas sim, um lado do peito.
E Deus fez a mulher pra completá-lo.
Todo homem nasce da mulher!
Todo homem volta pra mulher!
Todo homem é completado pela mulher!
Alguns até queriam “ser” mulher.
Mulher pela qual em seu ventre, foi gerado o filho do meu Senhor.
Mulher pela qual em seu ventre eu fui gerado e que serão gerados meus filhos e os filhos dos meus filhos.
Obrigado, oh Deus, por tê-la feito!
Obrigado a você por existir!
Mulher!

(08 de março, dia internacional da mulher)
por Edson Borges Vicente 2006
www.geoeducador.blogspot.com

sábado, 6 de março de 2010

Resenha do texto: A Maquinaria Escolar de Julia Varela e Fernando Alvarez -Uria

SÉRIE PENSANDO - CIÊNCIA - RESENHAS.
15/11/2007
Aimê Miranda Lima*
Edson Borges Vicente* ¹





O texto aborda as condições sociais e históricas que permitiram o estabelecimento da escola como instituição “universal e eterna”. Para isso analisa o surgimento de instâncias fundamentais que favoreceram e legitimaram a escola nacional. Entre estas estâncias está a definição de um estatuto da infância.

Definição do estatuto da infância
Como primeira condição os autores apontam a definição do estatuto da infância. Para que pudessem freqüentar a escola que se tornou posteriormente obrigatória era necessário proibir o trabalho nos primeiros anos e legitimar a necessidade da educação pré-trabalho. A infância, como hoje a conhecemos, foi construída e forjada socialmente inicialmente pelos moralistas e homens da Igreja. Educar na infância e aí inclui o ensino religioso, foi o mecanismo desenvolvido pela a Igreja para a conservação de seus padrões morais e autoridade eclesiástica, em uma época em que estes eram freqüentemente questionados. Durante as intensas disputas envolvendo católicos e protestantes, nada poderia ser mais “natural” do que estabelecer seus dogmas nos indivíduos de tenra idade, a fim de proteger seus domínios. Esta educação tornava-se ainda mais fundamental aos príncipes e herdeiros que constituiriam a futura liderança das nações, que no contexto dos Estados absolutos determinaria a religião de todo o território. Já os filhos dos pobres, da população de classes econômicas inferiores, seriam alvo da caridade cristã, sendo instruídos e doutrinados nas práticas virtuosas, a fim de se tornarem bons cristãos e por conseqüência bons trabalhadores, submissos a seus mestres.
 
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quarta-feira, 3 de março de 2010

O que é a Cultura?

por Edson Borges Vicente
Cultura, o que será a cultura?
Será do sertanejo a Raparadura?
Será do gaúcho a carne dura?

Costume, será do Rio o Carnaval?
Será o rodeio do Pantanal?
Festejo por colheita madura?

Sei não, acho que é tudo que já se viu
Comeu, sentiu, vestiu e ouviu
É o que faz dessa terra: Brasil.
Geoeducador
Publicado no Recanto das Letras em 03/03/2010
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/2117666

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