quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Pré-Vestibular comunitário 2010 PVNC Cabuçu / Inscrições

O PVNC Cabuçu está com as inscrições abertas para os preparatórios para vestibular e ENEM 2010. Interessados devem correr para o C.E. Sgto Antônio Ernesto em Cabuçu aos sábados e domingos e garatir sua vaga.



Mais informações em:

domingo, 17 de janeiro de 2010

Resumo do texto:CARLOS, Ana. Fani. A. A Geografia brasileira hoje: algumas reflexões.


Série Pensando - Artigos - Resenhas - Resumos

 www.geoeducador.xpg.com.br/pensando/artigos-resenhas-resumos.htm


In: Terra livre. São Paulo, ano 18, vol 1, n° 18, p. 161-178, Jan - Jun, 2002.

Por: Edson Borges Vicente - 2005




UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS - IGEO
Departamento de Geografia 

Introdução à Geografia -   Prof. Gláucio Marafon

Sem: 2005/1- Al: Edson Borges* 


     “Está hoje, no horizonte, a transdisciplinaridade. O seu percurso terá que ser ainda aprovado. Consiste, basicamente, na convergência de interesses na direção de objeto(s) do conhecimento”.
Odette Carvalho de Lima Seabra
 Introdução.
     O texto escrito para uma conferência na Universidade de Barcelona em 2002, dispõe a apresentar uma visão geral da Geografia produzida no Brasil nos dias de hoje. De inicio, a autora explicita a dificuldade encontrada em virtude da dimensão da Geografia brasileira, ainda uma constatação de divisão exagerada das ciências parcelares.

Resumo
     A autora parte da hipótese de que a especificidade da Geografia brasileira, do fato de os Geógrafos pensarem o mundo em que vivem, mais que criarem correntes geográficas próprias. Nesse sentido, há uma grande produção, ultrapassando os modelos importados.
     Na Geografia brasileira, a multiplicidade de abordagens teórico – metodológicas torna-a contraditória, múltipla.
     A autora vê uma dicotomia nítida entre a Geografia Física e a Humana, principalmente na pós–graduação. Ainda cita o Rio de Janeiro e São Paulo como os principais produtores de Geografia.
     Traçando um panorama histórico, onde o positivismo reinou por três décadas, assinala duas grandes correntes em 1960: A New Geography ou quantitativa e a Geografia Ativa que lançam a Geografia para a fase seguinte: a do surgimento da Geografia Critica ou Radical e a Fenomenologia ou Geografia Humanística. Tendo, a primeira, como principal ícone, o prof. Milton Santos.
    O espaço ganhou dimensão filosófica, superou-se a concepção de “palco da atividade humana” e rompeu-se com a postura positivista, com base no materialismo dialético. O espaço, agora, entende-se como produto das relações sociedade / natureza.
     Com uma possível vulgarização das idéias de Marx, há uma certa rejeição ao marxismo por parte de alguns geógrafos, ainda a superação por parte se outros; há ainda o ecletismo. A Geografia Humanística é tomada por alguns, sendo, na consciência, a essência das coisas como se dão; Uma valorização da experiência pessoal. Surge a geografia Cultural, à medida que a cultura, a paisagem, são individualizadoras das relações sociedade / meio. Tendo um movimento de reformulação, passando a quatro eixos de analise: a paisagem geográfica; as regiões culturais; a religião e a cultura popular.
     Sobre a situação atual, a autora percebe uma volta ao empirismo, a descrição do lugar. Ainda uma releitura critica de Marx.
Geografia física x Humana
     Nesse trecho, a autora fala da dicotomia existente nas duas partes da Geografia: a “Física” e a “Humana”, através do dialogo diferenciado dos representantes de cada parte com outras ciências afins, assim como, a diferenciação metodológica.
     A Geografia ambiental, servindo como suporte para muitos de seus seguidores, segundo a autora, acabam com a naturalização dos processos sociais. Uma soluça, segundo Mendonça, seria a adoção do conceito desocioambiental que, por sua vez, levaria a Geografia física para uma contradição.

Espaço, território, Lugar.
     Dentro da geografia Humana, salienta a infinidade de debates acerca da categoria espaço. Entendendo o processo de (re)produção do espaço, como tendo 3 níveis: o político; o econômico e o social.
     A autora destaca a importância da categoria Lugar, numa relação de articulação local / global; pondo como conseqüência da globalização, a desterritorialização (afirmação a nosso ver, polemica). Destacando Milton santos como importante nesse debate sobre a relação global / local.
     A relação de cotidiano, como uma das novas categorias de analise é indicada, assim como vê Lefebvre como seu precursor.
     Ao falar sobre o processo de mundialização, a autora fez uma articulação entre diversas escalas espaciais.
     Mais a frente, a autora comenta sobre a categorialugar para a Geografia e sobre a problemática das redes das cidades, com a redefinição das funções da Metrópole.
     Sobre a Geografia Agrária, a compreensão do papel e do lugar dos camponeses é colocado como fundamental no estudo rural, tendo dois conceitos na reprodução do capital na agricultura: espacialização e territorialização, tomando, como analise, os trabalhos de Umbelino de Oliveira. Incita ainda, a existência de classes contestadoras do capitalismo no campo e na cidade, gerando conflitos.
     A autora destaca outras linhas de pensamento, como trabalhos que têm como objetivo, a música, a literatura e o cinema, aproximando a Geografia da Arte.

Contradições
     A autora chama a atenção para o perigo da descaracterização da Geografia ao ser cooptada pelo capital, nas Geografias, Aplicada e do Turismo. A primeira, referindo-se ao planejamento, elaboração de EIAS / RIMAS, em virtude de o Estado, ora ir contra, ora se aliar ao capital; a segunda, com o perigo de os profissionais se prepararem para “vender” o espaço em vez de “desvendá-lo”.

Conclusões da autora
     Como fechamento, a autora colocou perguntas e afirmações a serem analisadas e discutidas; abriu caminho a novas pesquisas; deixou sua posição como dialética. Pressupôs que a volta do empirismo demonstra que a Geografia encontra-se em crise teórica e que, a mesma encontra-se sob o discurso pós-modernista. Mostra que há uma perda de base para o surgimento / construção de uma critica radical, uma vez que, fala-se do abandono do legado de Marx.

Reflexão
     Traçar um panorama geral da construção do saber geográfico no Brasil é uma tarefa árdua, em virtude da Geografia brasileira, segundo a própria autora, ser muito diversificada.
     Ao falar de correntes, conceitos e categorias, a autora depara-se com muitas concepções, mesmo, contraditórias; as mesmas devem ser tomadas como possíveis verdades uma vez que não existem, essas, absolutas. A categoria Lugar, por exemplo, é diferente nas Geografias Crítica e Humanística. A problemática da desterritorialização é polemica e a autora não cita os trabalhos de Haesbaert.
     Pressupondo que a ciência não é neutra, admitimos que a autora valoriza sua concepção ideológica, o que já era de se esperar, por isso, não fazemos aqui, um julgamento de valor.
     Achamos que a dicotomia entre a Geografia Física e a Humana deve ser superada, ainda que, sabendo da sua complexidade.
     Quanto ao alerta a respeito da possível cooptação da Geografia pelo capital, nada podemos fazer a não ser,parabenizar e seguir adiante na denuncia; afinal o geógrafo, antes de tudo, é um cidadão e, com isso, tem o dever de zelar pelo espaço. Mesmo num mundo onde as oportunidades de trabalho são dificultadas pelo domínio do grande capital e que a subordinação a ele, às vezes, pareça inevitável, não queremos ver o geógrafo transformado em “vendedor de espaços”.
a.


 


*Graduado em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro- UERJ,  professor e coordenador do Pré-vestibular para Negros e Carentes- PVNC-Cabuçu.

Nova Iguaçu, Cidade mãe:do nascimento de iguassú à gestação de Iguaçu nova em Uma abordagem geográfica.

* Resumo do artigo de Edson Borges Vicente, referência da entrevista com o Cultura NI por Fernanda Bastos da Silva em  www.culturani.blogspot.com publicado em 11 de novembro de 2009 e exposto no I Seminário Educação e Trabalho de Cabuçu de 2009. Texto disponível também em http://www.geoeducador.xpg.com.br/textos/artigoedson.pdf
ou no Google Drive
https://drive.google.com/file/d/1krbBRxE2V9ip8H0mtaHeth3xvOSNLe8-/view?usp=sharing


Resumo


O presente artigo pretende analisar em uma abordagem espaço-territorial, o
município de Nova Iguaçu / RJ enquanto município-mãe de muitos outros da área
denominada Baixada Fluminense uma vez que, através de emancipações de vários
de seus distritos, foram criados outros municípios da referida área. Para tanto,
recorrer-se-á a uma análise histórico-geográfica da formação e evolução territorial
do sítio principal da cidade, que inicia-se às margens do Rio Iguaçu e é transferido
para as margens da Ferrovia D. P II (atual Central do Brasil). Isso acompanhado de
abordagens quanto às estruturas econômicas, produtivas, sociais e físicas e os
regimes jurídicos que suscitaram essas transformações espaciais. Em especial, será
analisado o caso da Emancipação de Queimados e suas relações identitárias e
espaciais com o bairro Cabuçu (que não é desmembrado, separando-se do antigo
distrito de Queimados). As contribuições de Simões (2007) e da produção do
Instituto de Análises Históricas da Baixada Fluminense - IPAHB serão associadas à
pesquisa de Campo e análises de Reportagens e entrevistas com moradores locais.
Pretende-se ainda, esboçar uma análise sobre o fenômeno urbano mais recente
em curso, que demonstra ser fonte de inúmeras transformações em vários âmbitos:
a implantação do Projeto Iguaçu Nova, analogamente intitulado de “neta de Iguassú”
ou “filha de Nova Iguaçu”, um mega-projeto de iniciativa privada de construção de
um bairro planejado na URG de Cabuçu, uma “mini cidade” que hoje denomina-se
“Cidade Paradiso”. Percebe-se que a lógica dos fluxos relacionados a esse espaço
em construção é eminentemente rodoviária. Nesse sentido, cabe à geografia voltar
suas atenções às modificações sócio-espaciais e econômicas que esse fenômeno
ocasionará. O cerne (ou embrião) desse projeto reside na construção do Parque
Aquático Paradiso Clube e sua atuação enquanto forjador simbólico de identidade
dessa “cidade sem povo” e na convergência de fluxos de pessoas e capitais para a
área nascente.
Não sendo conclusivo, o trabalho almeja introduzir a discussão para que
trabalhos futuros possam ser realizados pelo autor e por outros pesquisadores,
geógrafos e das demais ciências sociais que tem como foco a Baixada Fluminense.

Palavras-chave: Nova Iguaçu – Espaço urbano - Emancipações municipais –
Baixada Fluminense – Cabuçu - Projeto Iguaçu Nova – Cidade Paradiso - identidade
espacial.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Geoeflexões de um presente futuro professor do Estado do RJ

Por Edson Borges Vicente

     Professor, ser ou não ser? essa questão paira na cabeça de muitos dos poucos que ingressam no ensino superior no Brasil ainda nos dias de hoje. Contudo, de fato aumentou significamente o numero de ingressos nas universidades brasileiras, principalmente as de iniciativa privada. O detalhe é que esses números ganham consistência quando se avalia o número de graduandos de cursos de licenciatura. Mas isso tem alguma conotação social? De fato os cursos de licenciatura são preenchidos, geralmente, por alunos de classes sociais menos abastadas. O professor em geral tem salário mais baixo do que os dos cursos considerados "de elite".
     Mas ser professor não pode ser uma escolha, tem que ser um dom. Um profissional professor que tenha cursado licenciatura somente por causa das circunstâcias achará rapidamente no seu caminho docente uma coisa  que os teóricos chamam de "mal estar docente" que vem caminhando com o "mal estar da humanidade" nos últimos anos e que se manifesta em quase a totalidade dos que se consideram educadores.
     A estrutura da educação brasileira deixa muito a desejar no que tange às condições de trabalho, de formação continuada e até mesmo segurança. Ser professor, em especial no Rio de Janeiro Capital e Baixada Fluminense, hoje pode ser considerado ter uma profissão de risco. Baixos salários, falta de recursos didáticos-pedagógicos, falta de valorização do profissional tem afastado e exonerado uma multidão de mestres-operários.
     Mas quando se opta por essa prática tão especial e tão importante para a nação não se pode deixar intimidar pelas primeiras barreiras encontradas no caminho. Em minha pesquisa monográfica deparei-me com duas educadoras geográficas as quais chamei Geoeducadoras. Ambas com quase duas décadas de docência e uma delas na mesma escola. Em um colégio público da rede estadual, localizado em minha cidade Nova Iguaçu, elas me fizeram perceber que as estratégias para possibilitar um bom ambiente de aprendizagem são possíveis mediante a reflexão para-na-da prática cotidiana em articulação com os agentes da escola. Com a nota máxima obtida pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, ainda que tenha sido apontado um pouco de romantismo em meu texto, me serviu como uma injeção de ânimo enquanto licenciando.
     Naquela época eu estava desenvolvendo o trabalho com certa rapidez em função da aprovação no concurso 2007 do Magistério Estadual e o temor de uma convocação precoce me fez correr com a pesquisa, daí não tive tempo para procurar defeitos no trabalho tão especial daquelas duas pessoas especiais (que são figura fácil como paraninfo todos os anos). Embora o que eu temia ter se concretizado - pois fui chamado na primeira convocação - o trabalho serviu para que eu fizesse uma avaliação bem de perto daquela que era a profissão que eu havia escolhido e, embora eu já tivesse experiência docente com pré-vestibular comunitário - o PVNC Cabuçu - e estar cursando também o bacharelado, foi uma experiência incrível.
     Hoje, 11 de janeiro de 2010,  já quase dois anos depois de eu ter pedido "fim de fila" quando da minha apresentação à Metro I, algo que muito almejava aconteceu. O telegrama da SEEDUC achou novamente meu endereço. Fui reconvocado, agora na última do concurso 2007 que teve zerado o banco de Geografia para a Metro de Nova Iguaçu e Companhia. Eu, que acompanho desde aqueles tempos o Blog Educação, ou Blog da Raquel (que se encontra na lista de Links) e vi a ultima convocação de semana passada na qual só chamaram um fim de fila, fui pego por uma agradável surpresa que me vem agora como um desafio.
     Ser professor ou não ser eis a questão? ou eis um dom? de agora em diante sei que passarei por inumeras dificuldades, entre elas a de conciliar meu tempo entre O pré-vestibular, meu trabalho com assistência social e a árdua e gratificante tarefa de aprender a  ensinar.
      Tenham todos uma semana abençoada!!!
Edson Borges - Geoeducador